Poeta, Eliane Marques venceu o prêmio Açorianos de Literatura da
categoria com o livro ‘e se alguém o pano
’ (Foto: Lidiane Bach/Nonada)
Por Priscila Pasko
Quando perguntei à poeta Eliane Marques sobre a produção das escritoras negras gaúchas, ela me devolveu outros questionamentos, como “o que os complementos mulher e negra
acrescentam à poesia? Para que os textos sejam aceitos é necessário
este acréscimo? Será que nós estamos sendo lidas ou procuradas por uma
curiosidade e não por um valor que poderíamos acrescentar e trazer à
literatura?”. Essas foram as reflexões lançadas por Eliane, vencedora na
categoria Poesia do Prêmio Açorianos de Literatura 2016 (RS), com o
livro e se alguém o pano (Escola de poesia, 2016).
A poeta lembra que, normalmente, é
dito que a poesia negra cobra os direitos de seu povo e o pagamento de
uma dívida histórica em relação à escravidão. “Mas poesia negra não é só
isso. Existem outras que não são contestatórias e que, por isso, muitas
vezes deixam de ser reconhecidas como poesia negra”, adverte Eliane.
“Que espaço terão os negros que não se encaixam neste perfil da
categoria de poesia em geral e na própria poesia negra?”, pergunta-se
Eliane.
Fonte consultada: http://www.nonada.com.br/2017/03/por-que-nao-conhecemos-as-escritoras-negras-gauchas/
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